segunda-feira, 21 de outubro de 2013

O PT rifou nossa maior reserva de petróleo

Privatizando

"Privatizaram sua vida, seu trabalho, sua hora de amar e seu direito de pensar.
É da empresa privada o seu passo em frente, seu pão e seu salário.
E agora não contente querem privatizar o conhecimento, a sabedoria, o pensamento, que só à humanidade pertence."
Bertold Brecht





Hoje, com a efetivação do leilão de Libra, nada mais nada menos do que a maior reserva de petróleo do país, o governo petista mostra mais uma vez a sua cara. Sinto muitíssimo por aqueles que um dia acreditaram n'um Governo do PT, mas cotidianamente eles reafirmam pra que vieram: vieram para garantir o lucro da burguesia e rifar - a preço de banana - a riqueza dos nosso país! 
Como estratégia de disseminação da política de privatização, o Governo petista utilizou, e ainda utiliza, diversas táticas de difusão da sua ideologias mentirosas, que vão desde a oferta de políticas públicas sucateadas,  até a repressão.
Cabe lembrar que para o leilão de Libra, a Presidente Dilma solicitou o Exercito Nacional para conter possíveis mobilizações contra a DOAÇÃO do nosso petróleo aos agentes internacionais.
Para resgatar alguns fatos sobre o histórico vergonhoso da relação do PT com a privatização daquilo que construímos através de muita luta política, retiro alguns trechos da minha dissertação de mestrado, pois acho que eles sintetizam algumas das façanhas realizadas pelo PT : 

"[...]em 2003, Lula da Silva, candidato petista de grande expressão popular durante o crescente movimento sindical da década de 1980, chega à Presidência da República.
Lula, ao carregar consigo uma trajetória de luta operária e sindical, ofereceria ao conjunto dos trabalhadores um governo voltado ao benefício dos próprios trabalhadores, o que não ocorreu.
Confrontando-se com essa ideia, já em 2003, a Reforma da Previdência – mesmo com forte oposição e luta de diversos setores sindicais não vinculados ao governo – foi implementada. Ela significou o sucateamento da previdência pública para privilegiar as de iniciativas privadas, impondo ao conjunto dos trabalhadores a redução da aposentadoria e o aumento do tempo de contribuição e da idade para se requisitar o benefício. O governo petista optou por aprofundar a política macroeconômica de FHC, negando algumas bandeiras de luta dos trabalhadores.
A análise acerca do governo Lula deixa em evidência vários ataques ao conjunto da classe trabalhadora desde que Lula da Silva chegou à Presidência da República.
Vivenciamos a continuidade do sucateamento da saúde com os diferentes projetos de privatização das redes do Sistema Único de Saúde (SUS); vivenciamos a Reforma da Previdência, o REUNI, que expressa o sucateamento das universidades públicas, e, ainda, a renovação do acordo com o FMI. Todas essas iniciativas revelaram – e revelam – a continuidade da implementação das contrarreformas no Estado brasileiro.
'Aparentando, para a sociedade, uma versão reciclada do “pai dos pobres” (e “mãe dos ricos”), Lula da Silva vai avançando na obra incompleta de seu antecessor, quase sempre com o incômodo e a complacência inerte de uma oposição parlamentar burguesa que tem diante de si a esquizofrênica tarefa de combater seu próprio programa e algumas das “obras” de seu maior mentor, FHC. (LEITE, 2010, p. 93)'
[...]
O atual governo Dilma segue a política de favorecimento do capital em detrimento dos direitos dos trabalhadores, e a postura dos setores cutistas não se diferencia daquela impressa durante a política de Lula." (CARDOSO,2012, p. 113-116)

Pois bem, Dilma se mostra omissa em relação a diversas pautas erguidas pelos seguimentos organizados da esquerda do nosso país. Até o momento não se pronunciou em relação a repressão dos movimentos sociais Brasil a fora - na verdade, em suas poucas declarações é possível entender que ela concorda com a violência estatal -, não atendeu aos nosso apelos contrários a privatização do Maracanã, não externalizou coisa alguma sobre a internação compulsória proposta por aquilo que chamo de "violenta limpeza social e urbana" e, por fim, não mede esforços para jogar avanço aquilo que nosso país produz de riquezas.
Mesmo com 70% dos petroleiros em greve a Presidenta quer leiloar nosso petróleo! São cerca de 12 bilhões de barris que poderão ser produzidos.  
É necessário que avancemos nas análises dos governos, para que avancemos também nas alternativas concretas de transformação da realidade social, ainda que sejam elas de curto prazo - como uma alternativa de representação criada no bojo da esquerda UNIFICADA do nosso país. 

domingo, 20 de outubro de 2013

Sobre os beagles do Instituto Royal e a crueldade com os animais

A inovação tecnológica há muito vem propiciando melhores condições de vida aos seres humanos, todavia, nem todos os indivíduos vivos podem desfrutar plenamente desse benefício. Pra além da concentração de riquezas - coisa essencial para compreendermos o "usufruto" daquilo que é produzido pela humanidade, é a moral capitalista quem define, por enquanto, a distribuição dos ganhos conquistados pelos avanços da tecnologia.
Graças à capacidade humana de desvendar sua realidade a partir de reflexões teleológicos, hoje avançamos muito nos processos de pesquisa, tanto que já é sabido um conjunto de outras estratégias científicas que descartam a crueldade com os animais e utilizam métodos substitutivos como os testes in vitro, as peles sintéticas, simuladores eletrônicos e tantos outros produtos fruto da criatividade humana.
O problema que segue em relação à pesquisa em animais diz respeito, única e exclusivamente a moral capitalista – que garante os privilégios e o lucro da burguesia e seus representantes. Pra que gastar com outras tecnologias se eles [os capitalistas] podem economizar fazendo testes em animais?
Isso não significa dizer que os testes em animais sejam isentos de tecnologia, mas devemos reconhecer que tais procedimentos são uma forma de conhecimento empírico que descarta qualquer valor ético comprometido com a emancipação da humanidade, afinal, eles deixam de lado aquilo que o próprio homem avançou em relação à ciência e a tecnologia. Afirma-se com isso que é a moral do lucro e do individualismo que permeia a relação desequilibrada entre homem e natureza. Aqui está o centro da nossa polêmica.
A violência contra os animais demostra o quanto a cultura atual representa a lógica CRUEL de realizações pessoais individuais e de banalização da vida, seja ela humana ou não. Pode-se caçar por prazer, torturar por prazer e ainda comprar vidas por prazer como se, em todas essas atividades, homens e demais animais fossem coisas. Com animais não humanos é mais fácil identificar esses processos. Mas, como isso acontece com os humanos? Caçam e torturam os pobres somente por serem pobres, escravizam crianças e trabalhadores do campo e da cidade, e ainda admitem – de forma velada – a prostituição e a venda de nossos corpos. Ou seja, a coisificação e banalização da vida afirma que vivemos n'uma forma irracional de sociabilidade entre os indivíduos e indivíduos/seu meio, que não se esgota com os exemplos citados. 
Não se pretende com este escrito, afirmar que a vida de outros animais se iguala a vida de seres humanos, posto que em geral, a vida de seres humanos se iguala a dos animais em especial, quando nos lembramos da exploração, da pobreza e da miséria a que milhares dos nossos são submetidos.
Todavia, não podemos esquecer que a crueldade contra os animais e a destruição do meio ambiente, em todas as suas expressões, representam em ultima instancia a lógica de privilégios do capital e, nesse sentido, reforçam a moral do lucro em nome da falácia do desenvolvimento humano.
O meio ambiente, embora não seja vida humana, compõe parte significativa da sociabilidade entre os homens, e integra seres vivos que podem coexistir em plena harmonia com os indivíduos. Essa coexistência somada às inovações tecnológicas podem oferecer condições de vida plena ao conjunto da classe trabalhadora. 
Infelizmente, vivemos em tempos de secundarização da vida e destruição do planeta sob a ótica da lucratividade do capital, onde o desmatamento de florestas, a destruição da camada de ozônio, o assoreamento dos rios e a poluição do meio ambiente são permitidos para garantir os privilégios da burguesia. 
A recente comoção em torno da libertação dos beagles escravizados no Instituto Royal refletem em parte, os problemas da relação entre homem/natureza/avanços tecnológicosOs testes em animais representam, em primeiro lugar a produção de um conhecimento empírico atrasado, como se os homens já não tivesses criado outras formas de conhecer a realidade. Em segundo, representam uma estratégia cruel do capital para garantir seus lucros, reduzindo seus custos e disseminando assim sua moral vale-tudo assassina.
Afirmamos ainda, categoricamente, que poucos humanos realmente desfrutam dos resultados das inovações tecnológicas produzidas na atualidade, já que nossa sociedade é dividida em classes sociais e o acesso àquilo que foi construído coletivamente fica sob a posse de poucos.
Por fim, e não menos importante, destaca-se que essas frentes de luta não devem ser encaradas como oposição à emancipação humana, tão pouco como pautas secundárias nos processos de enfrentamento entre capital e trabalho pois, lutar contra a banalização da vida, pelo fim da escravidão animal e pela preservação do meio ambiente representa pensar em uma sociabilidade diferente da órbita do capital.